Prefeito decreta situação de emergência por causa da estiagem
Decreto foi publicado no último dia 14. Com a decretação de emergência, a administração municipal buscará recursos para amparar os agricultores atingidos. Da mesma forma, os produtores rurais terão acesso ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e seguro agrícola o que irá amenizar os prejuízos sofridos. O secretário de Agricultura, Mario Signor, diz que as perdas chegam a 70% na lavoura de milho e 20% na de soja. Segundo ele, na produção leiteira do município, que gira em torno de 130 mil litros diários, a redução até agora é de 25% porém o percentual tende a aumentar já que as chuvas ocorridas nos últimos dias não foram suficientes para normalizar a situação da pastagem. Outro reflexo da estiagem foi o aumento na demanda de serviços de silagem. Signor explica que com o milho secando, a agenda do programa de silagem teve de ser adiantada gerando um acúmulo de serviços. Além disso, muitas lavouras que não estavam inicialmente no programa, acabaram destinadas à confecção de silagem como forma de aproveitamento do milho atingido pela seca. O relatório da Defesa Civil do município aponta que 30% da população da área rural de Anchieta foi afetada pela estiagem.
Prevenir é preciso
“Precisamos refletir e adotar uma mudança de postura no que diz respeito à conservação da água”. Quem alerta é o engenheiro agrônomo da Epagri de Anchieta, Ivan Canci. De acordo com Canci, nos últimos anos aconteceram mudanças drásticas na prática da agricultura que influenciaram diretamente na capacidade de armazenamento de água pelo solo. Aliados a este fator, mudanças climáticas e manejo inadequado também contribuíram para que períodos de estiagem castiguem de forma mais intensa seres humanos, plantas e animais. “Há 25 anos, o milho, por exemplo, resistia bem a um período de até 40 dias sem chuva pela capacidade que do solo em armazenar água. Hoje, é bem diferente, mas muitos ainda não se adaptaram a essa nova realidade”, pondera. Para que os efeitos da falta de chuva sejam amenizados, o engenheiro agrônomo destaca a importância do uso racional e de métodos de armazenamento de água como a construção de cisternas e bebedouros e a proteção de fontes naturais. Para Canci, a conscientização e a prevenção são as mais importantes iniciativas na busca pela adaptação ao contexto climático atual. “Conhecendo essa realidade, cada um deve pensar nas ações que pode realizar. Esperar não é mais possível”, conclui.